domingo, 22 de agosto de 2010

Melancólicas reflexões numa modorrenta tarde de sábado. * Edison Farah

    21/08/2010

Não sei se esta encarnação serviu para muita coisa para mim, a não ser acrescentar muitos e tantos mais novelos de frustrações ao meu acervo de decepções com o bicho mamífero bípede que predomina neste planeta.
Todavia, uma constatação assimilei definitivamente: a Justiça Cósmica prevalece e se afirma sempre no correr da história, e na existência de todos e de cada um de nós. E o executor desta Justiça somos sempre nós mesmos, em cada um de nós.
Quem ainda não percebeu isto procure acelerar sua introspecção, conhecer-se a si mesmo o mais rápido que puder, pois os tempos urgem.
Segundo as profecias, acelera-se a chegada da Verdade, e prenúncio desta aceleração é a rapidez com que as coisas acontecem neste terceiro milênio, no planeta.
Trazendo estas considerações “profundas” de bebuns em botequins para o nosso mesquinho dia a dia brasileiro, neste país das injustiças homéricas, neste feudo da hipocrisia política elevada a quintessência, neste império da roubalheira mundial e da escravidão mais iníqua, dos preconceitos mais cruéis, porque disfarçados sob a fantasia da cordialidade, acabamos aqui, de registrar , para os que não têm medo de enxergar o que vêem, uma espetacular prova da Justiça Maior: o acabar o tempo de uma agremiação política, e dos indivíduos pernósticos que a compuseram, que se caracterizou por inviabilizar a Nação Brasileira quando de sua ascensão ao poder em 1994, contrariando as premissas que levaram o povo a sufragá-los.
Eis que, apenas 15 anos após, este partido acaba, levado para o lixo da história pelo mesmo povo.
Mas não porque o povo mudou, e sim, porque eles próprios, obrigados pela Lei Maior, que prevalece sempre, mostraram nestes 90 dias de campanha eleitoral, suas verdadeiras faces, suas índoles de traidores, traindo-se entre si, mostrando com inequívoca clareza ao povo a essência de suas almas, e engendrando assim seu próprio cadafalso.
Prova definitiva, cabal, de que quem promove e aplica a Justiça, SEMPRE, somos nós mesmos.
Aconselho todos os que se pressupõem “líderes”, com toda a humildade e caridade que minha imperfeição permite, que meditem e se questionem com sinceridade, nus perante si mesmos, sobre os textos abaixo.

“Alguém pode enganar alguns por muito tempo, enganar muitos por pouco tempo, mas nunca enganar a todos por todo o tempo”.

“Seja qual for o comprometimento a que cada parlamentar teve que se submeter para chegar ao mandato que exerce, devido aos vícios do sistema eleitoral brasileiro, digo aos senhores: após a investidura o mandato pertence ao povo. É sagrado! É o interesse do povo, o interesse coletivo, que deve prevalecer. Senhores, tenham presente sempre a sacralidade do mandato eletivo.
Toda representatividade é sagrada. Em qualquer nível: do síndico de condomínio ao líder sindical, dos vereadores, deputados, senadores, aos prefeitos, governadores, presidentes da república: em qualquer nível, não há perdão para pelegos!
O crime maior contra a cidadania é o estelionato eleitoral. Uma constante neste país, que grava cruelmente a imagem da democracia, e que inexoravelmente deseduca o povo.”

“O mandato é sagrado. Qualquer mandato é sagrado. Mormente o mandato de cargo eletivo para representação popular. Não pertence a você. É do povo que o elegeu. Portanto não pertence também a corporações ou a grupos de interesse privados. Há que ser exercido para o bem do Estado, e "por cause", em sendo pelo bem do Estado o será pelo bem do povo, porque o bem do povo é a única função que justifica a existência do Estado.
É sagrada essa representação, e não pode jamais ser contaminada por interesses menores de grupos ou facções em detrimento do bem comum."


*Edison Farah é economista, tributarista e presidente da ONG Bairro Vivo-Agência de Preservação Urbana


Obs: Agradeço ao meu Amigo Edison a gentileza de me permitir compartilhar publicamente reflexões tão relevantes. Sua experiência pratica na luta por uma sociedade mais justa, o autoriza a ponderar de maneira brilhante qualquer debate que envolva questões político sociais.